Em "I love Paraisópolis", Caio Castro interpreta Grego. Trata-se de um garoto criado com todo o carinho pela tia, Paulucha (Fabiula Nascimento), mas que pegou a rota do desvio. Ele lidera a bandidagem na sua comunidade, embora se mantenha dentro daquele perímetro dos que não perderam a ternura. Ama a mocinha, Marizete (Bruna Marquezine), sem ser correspondido. Os diálogos com frequência fazem referência a um antigo namoro deles. Foi um envolvimento pueril e anterior à vida criminosa dele. Como a química entre os atores é grande, tudo indica que Grego possa passar por algum tipo de redenção para ter um final feliz com ela.
Falando em redenção, eis a grande jogada dos autores, Alcides Nogueira e Mário Teixeira. O público sabe das atividades fora da lei de Grego, mas ele raramente é visto praticando maldades além do, digamos, territorialismo exacerbado que faz com que expulse visitas indesejadas do seu ambiente. A tia recusa receber sua ajuda financeira, e ele fica triste com isso. É maltratado por Marizete. Chora. Tem coração. Pode vir a ser o mocinho. Novelas, como se sabe, são obras abertas. Veremos.
Castro está se destacando nesse papel. Já na estreia, mostrou o resultado de uma cuidadosa construção. Para além do figurino e da caracterização (bons também), ele fez de seu personagem alguém real, mesmo chegando pertinho daquilo que poderia ser um clichê. Usa um dialeto próprio, e ainda assim compreensível para o espectador. Há, por trás dele, visivelmente a mão competente da direção (Wolf Maya e Carlos Araújo). E parceiros de cena talentosos. Além dos citados acima, o ator vem se dando bem nas sequências de que participa a ótima Carol Abras (Ximena).
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